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Hoje, 23 de novembro de 2010, deu-se por encerrado meu estágio na fundação Novo Caminho.
Lugar onde trabalha a inserção de alunos especiais no convívio social. durante os meses que passei ali, pude rever muitas coisas em minha vida, meus conceitos, forma de pensar e agir, dentre outros aspectos que foram reconstruídos.
Quando a diretora da instituição anunciou que eu ficaria em uma sala com Crianças que vivem em situação de Alto risco, eu fiquei meio que apavorado. obviamente, não por ser alto risco, mas me senti de mãos atadas quanto à forma que eu iria lhe dar com eles, afinal, apesar de apenas observar o comportamento dos pequenos, que vão dos 6 aos 10 anos, sabia que em algum momento, eu teria um contato direto com a vida deles, iria de encontro a cada realidade inibida por trás de cada rostinho sorridente, e isso me assustava, por que a professora havia me contado sobre a história de cada um. Uns tinham sido abusados sexualmente, outros, foram usuários de crack, outros, vivem em casa de parentes, por que os pais estão presos, tudo isso, em uma sala com meninos e meninas com menos de 10 anos...
Dia pós dia pensava: como os ajudarei? como agirei com eles? o que fazer? o que pensar ? O que dizer? Mas graças a Deus, as coisas foram se ajustando. No começo doas observações, eles eram um tanto recuados, não se achegavam a mim, mas ainda assim fui tentando cativa-los, um a um, até o ultimo momento.Consegui. após algumas semanas de estágio, percebi que eles haviam se aproximado de mim, queriam saber quem eu era, o que fazia, e isso me deixou mais a vontade com eles, pois passei a ve-los com outros olhos, a interpreta-los de maneira diferente, de tal forma que em determinados momentos eu acabei por esquecer toda a problemática que ali existia...
A ultima etapa do estágio, se consistiu em trazer à sala uma dinâmica, onde pudesse passar algo de bom para os alunos, então, resolvi trazer A ERA DO GELO 3, que além de divertido, aborda questões familiares, distinção entre bem e mal e tal. Eles amaram o filme! levei pipoca, refrigerante, pirulito, eles ficaram tão satisfeitos e felizes com aquilo que pra nós é tão "bobo", e isso me tocou...O quanto conseguimos reclamar de tudo que temos, do que ainda não temos, o quanto somos de fato futeis. terminou o filme, nós retornamos à sala de aula. Então pedi que agora desenhassem aquilo que mais chamou a atenção deles no filme. entreguei as folhas de papel, enquanto eles procuravam algo para poder rabiscar. para a surpresa deles, eu trouxe uma caixa de giz de cera pra cada um. festa ! tiveram muito mais estímulo para desenhar algum personagem ou momento que eles gostaram! uma pequena aluna perguntou se eles poderiam levar aquela caixinha pra casa,eu respondi que era deles, isso mexeu comigo também, mas uma vez nos deixa pequenos diante de coisas que a vida nos mostra. queria que vissem os olhinhos de felicidade deles...
Hora de retornar. Foi aquele alvoroço, nem eles queriam me deixar sair, e nem eu queria deixa-los.pretendo voltar lá mais vezes, e estou até mobilizando minha família para ajuda-los .não há como não ser tocado de maneira especial por aquelas pequenas jóias! a experiência de poder ajuda-los, mesmo que seja em coisas que aparentam ser banais, é algo que nos faz de fato, repensar em nossas vidas, e parar de reclamar tanto de pequenas coisas que se tornam grandes só pelo nosso ver, quando há outros com problemas maiores, e ainda assim, conseguem deixa-las menores do que de fato são, só por um simples gesto, um sorriso que nos faz perceber a grandiosidade existente nesta vida...
2 comentários:
:D Nossa... muito bom o texto e principalmente a história. Sei que só você é possível de saber o que se sente nesses momentos, mas é possível imaginar no decorrer da leitura a mistura de sentimentos que ocorre quando vemos histórias desses tipos... Parabéns pelo texto e claro, parabéns por estar fazendo esse tão grandioso trabalho.
By Mascarenhas.j
Parabéns, belo do texto caro amigo. A mente humana é meio cimplicada, mais não há nenhum remédio mais poderoso qe o amor.
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